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Todo dia eu penso: podia sentir menos e menos e menos. Mas não adianta, tudo me atinge, abala, afeta, arrebata, maltrata, alegra, violenta de uma forma absurda e intensa. Nasci pra ser intensa e dramática. Nunca sei direito se a vida me fez assim, as situações fizeram com que eu me tornasse assim, não sei, não sei. A última e única coisa que lembro é de sentir. Eu sinto o sentir. Sei que parece papo de louco, mas é verdade, é real, sinto demais. A realidade me consome. Mas me consome e-xa-ge-ra-da-men-te. A vida maltrata quem sente demais. Quem sente demais acaba sofrendo mais que a maioria das pessoas. Tudo importa, tudo é exagerado, tudo é sentido de corpo e alma. Alma, principalmente.

Clarissa Corrêa. (via romantizarem)

Source: verborragias

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E ele me perguntou o que estava acontecendo, e como sempre, não sabia o que responder. É uma espécie de insegurança, com o desejo de mudar, e uma busca pela esperança. Meu interior está um caos, não sei nem por onde começar a organizar. Eu só queria viajar, passar um tempo longe de toda essa agonia e trazer meu sorriso de volta. Ando muito desgastada, acho que não sou suficiente para nada, meu complexo de inferioridade se agravou. Não quero que ninguém se assuste com o meu estado, por isso não quero pedir socorro. Quero me distanciar de tudo, ficar quieta e achar um canto que me aconchegue. Não quero muita coisa, só quero minha paz de volta. E moço, talvez você não compreenda esse amontoado de palavras, mas por favor, não vai embora. Quando eu me afastar, não esquece de mim. Manda algo, me procura nos cantos e me mostra que eu sou importante para alguém. Quero encontrar o prazer de viver novamente, não quero mais continuar vivendo do jeito que dá. Quero ser feliz, acho que tenho esse direito. Aliás, todos nós temos. Vem aqui, me abraça e não permite que eu vá embora, com essa vontade de sumir do mundo.

February, 1998. (via ultimoluau)