quem diria que o preço de se ter uma alma livre custaria tanto.
a vida.
quem diria que o preço de se ter uma alma livre custaria tanto.
a vida.
tudo já desmoronou há muito tempo
minha existência, é entre escombros.
de nada me serve essa imensidão.
ainda preso,
apenas em uma perspectiva maior.
essa existência vidro
quando racha, deturpa a vista
e quando quebra
me corta por inteiro.
sou fratura exposta
vivo constantemente de feridas abertas
em carne viva.
me quebro dentro do corpo
rasgo da carne, a dentro.
me auto saboto o tempo inteiro
morro manuzeando a própria arma.
carrego comigo no peito, infinidades. sou refém da própria imensidão. residente perdido na própria casa.
me ama além da pele
eu tenho amor nos ossos.
onde moro vive em chamas. meu incêndio sempre queima a casa.
meu amor é primitivo
feroz
selvagem.
carimba teus lábios em mim; deixa tua marca na minha pele.
tu me chupa a pele e ela cora; de vergonha.