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qual versão de mim te agrada mais?
talvez você esbarre com uma versão minha que não existe mais, talvez você nunca me encontre nesses textos ou talvez esse seja o único lugar que alguém poderia me encontrar
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dedico o álbum “caju” da liniker inteirinho para você

eu sempre quis um amor “veludo marrom”, com gosto de poesia e sensibilidade aflorada. um amor que desperta aqueles sentimentos mais profundos e difíceis de escrever. um amor com gosto do novo, que enche o coração de paz e vontade de experimentar a vida. um amor-rio, um amor-mar, um amor que percorre oceanos inteiros. um amor com gosto de saudade que nunca passa. um amor correspondente, que testemunha os medos e quedas e os voos mais altos. um amor que faz voar, que cruza cidades inteiras para pousar na concha de um abraço. um amor-casa, que te faz retornar para dentro de si mesma e se voltar para dentro do outro. um amor dialético, que se movimenta, que mora nas contradições de tudo que se revela. um amor que eu sou minha, mas que também abre espaço para que eu seja sua. um amor-cru, transparente, indecente, que molha a boca na ferida aberta. você disse uma vez que me amava sem temperos - e eu achei bonito. ali eu percebi que eu não preciso embelezar todas as coisas, pois há algo que se revela no incrível e no terrível de tudo aquilo que sentimos.

talvez seja porque o amor reside no aconchego, na paciência e acolhimento com aquilo que causa ânsia. o amor está no tempo, que corre, mas corre em direção a nós. o tempo é perspectiva: as vezes parece muito, as vezes parece nada. por vezes, eu sinto que não tenho tempo para viver tudo com você, outras vezes sinto que já vivemos vidas inteiras juntas em vários planos existenciais. e sempre quero mais. sinto que preciso conhecer mais, porque o incrível do tempo é que ele não tem início, meio e fim. ele só existe e permanece. nós, passageiros, de passagem, com pressa e vontade, desejamos que ele pare, fique mais um pouco. mas viver e morrer é parte da nossa natureza. tudo vai, e tudo fica. eu vou, mas eu fico. nosso amor permanece aqui, pra sempre gravado no tempo. como beijar de novo pela primeira vez. talvez seja isso: todo beijo é o primeiro. todo toque é único. a gente nunca toca do mesmo jeito. todo toque é descoberta. você é tecelã do céu que se abriu no meu peito quanto te amei. eu quis fotografar o amor que senti quando você me olhou nos olhos, eu quis emoldurar o seu cheiro na minha pele, gravar cada ressoar do seu coração. eu nem prestei atenção quando você arrumou a cama todas as vezes que eu estava no banho, e eu a baguncei novamente, porque só conseguia prestar atenção em você. e todas as vezes que a água tocou a minha pele, eu quis que seu toque não fosse embora. porque eu gosto do amor que se registra na pele e no corpo. eu gosto do amor que altera a química do meu cérebro, que modifica o meu corpo, que preenche as lacunas.

meu corpo é um território que eu te deixei habitar e conhecer meus lugares mais sensíveis. você me habitou e eu não fui mais a mesma. eu tive medo disso. porque toda mudança é também uma ruptura. e eu tenho medo de mudanças, tenho medo daquilo que se esvai e não pode mais voltar a ser o que era. mas eu descobri que há algo de sagrado nas mudanças, porque, veja bem, nada volta a ser o que era. tudo é novo. essa é a beleza das coisas. meu corpo não é um santuário. eu não sou intocável. eu sou imensa na minha vulnerabilidade. eu sou honesta naquilo que me faz chorar. e eu choro. e o amor é quando você beija meus medos e faz eu me sentir amada na minha vulnerabilidade, que eu sou bonita e boa.

e eu encerro aqui parafraseando a liniker:

- quando houver neblina, que eu seja um sol interno.

- quando houver deslizes, que eu saiba como voar.

é preciso ser eterno em alguma memória, como um pseudofruto que deixa o gosto gravado na boca.

eu sou eterna para você?

o que você sente quando você me beija? minha poesia toca o seu coração? que planeta eu sou? quais partes minhas fazem seu coração vibrar? quais são seus sonhos mais íntimos? quais fantasias te apetecem o coração? qual o cheiro da sua coragem? qual o tom do seu medo? qual o gosto do amor?

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às vezes parece que estou sempre dizendo as mesmas coisas de maneiras diferentes. há algo comum nas minhas tristezas, na forma como eu narro sobre elas. não sinto o gosto do inédito que sai de mim. eu estou presa em alguma espécie de ciclo vicioso dos meus inúmeros labirintos existenciais. tecer nexos e sentidos sobre os meus sentimentos é sempre complexo. eu me apaixono pela destruição. minha alma tem sabor melancólico. eu quero que todos os meus demônios sejam beijados. eu não busquei me exorcizar. talvez eu tenha negado a mim mesma inúmeras vezes na tentativa de negar minha natureza mais terrível. mas o terrível também é parte da minha identidade. apagar o terrível pode significar apagar a mim. o trauma me deu significado, me protegeu de não ter nada para me apoiar quando eu estivesse odiando todas as minhas escolhas. afinal, eu não seria de todo ruim se também fui quebrada. isso é suficiente? isso explica? pouco importa. eu disse que quero que meus demônios sejam beijados, mas eu jamais permitiria ser abraçada. eu não consigo suportar o que há em mim. eu não acredito que mereço amor. eu quero destruir todos os meus demônios, mas isso também me destruiria.

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eu quero estar com você hoje, numa quarta-feira qualquer, e também quero que você esteja aqui no meu aniversário, me desejando parabéns, enquanto eu estou desejando você. eu quero que você esteja aqui na sexta-feira colorida, no sábado azul e no domingo mágico. eu quero traçar planos com você, idealizar os nomes dos nossos filhos, onde que será nosso casamento, para onde eu pretendo viajar com você. eu me perco entre igrejas, catedrais, praias, cachoeiras, ou qualquer lugar íntimo e bonito que possa receber o nosso amor. eu tenho o desejo de viajar para vários lugares diferentes, com uma infinidade de aportes culturais. aspirar cultura e arte, tomar vinhos refinados, visitar museus, exposições, teatros e cinemas, te beijar na frente de pessoas estranhas que terão sorte de cruzar conosco. deixar com que nossa energia se expanda e cruze outros peitos sedentos por amor. eu quero acordar e sentir seu cheiro do meu lado da cama, saber que eu posso me agarrar a você e sentir que a vida é bonita, porque toda a beleza pairou sobre você e ficou, e eu posso presenciar isso diante dos olhos. a vida é um acontecimento quando você me olha e me beija calmamente. quando você me toca profundamente e muda meu corpo. toca meus medos e vulnerabilidades e não vai embora. eu quero o seu toque em mim. eu quero tocar você. eu não quero que você vá embora. eu não quero sempre ter que esperar tanto tempo para te ver de novo. eu não tenho tanto tempo. eu não tenho controle sobre nada, e isso me coloca no terrível da existência. eu não posso acelerar o tempo, eu não posso fazer você estar perto agora. isso me faz reafirmar a minha ideia de que amar é uma prece jogada no universo. é preciso ser religioso em relação ao amor, é preciso ter calma - e eu estou sempre correndo.

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me ame

assim

absurdamente

incansavelmente

sem precedentes

eu quero sentir você na minha pele

dentro de todas as minhas partes mais sensíveis

me faça escorrer nessas palavras

sob os dedos

quero esbarrar em tudo de belo que reside em você

e também naquilo que é incrivelmente terrível e assustador

você exala o cheiro da mais valiosa arte

e da arte mais marginal e revolucionária

eu te amo em tudo aquilo que existe e é

eu deixaria você me amar mesmo achando que o amor não me pertence

porque você é uma experiência sensorial

uma experiência que atravessa os planos existenciais

surreal supranatural atemporal

uma experiência que precisa ser vivida

na alma

por isso te gravo em todas as partes de mim

para lembrar que há uma natureza bondosa que incide sobre os meus demônios

meu amor por você é bonito

eu estou apaixonada por isso

estou apaixonada pela sensação de beijar você

e eu pouco me importo se o mundo entre nós está ruindo

porque você é o mundo diante de mim

você é o universo que eu estive procurando

você é a força divina da qual a minha falta de fé não me permitiu conceber

eu tive fé quando você me adentrou com toda sua espiritualidade

quando você me disse que eu sou imagem e semelhança de deus

há algo de divido em mim, não só profano

eu sou feita da natureza daquilo que me criou

e dentro do terrível e incrível, talvez eu possa me apaixonar pelo ordinário da experiência humana

porque eu ainda acho que viver é um inferno e conviver é um desafio insuportável

porque eu ainda deságuo no medo de não ser nada, de não ter nada, de ser o posto do divino. de não ter fé.

mas eu concordo com você quando me diz que a convivência pode ser um luxo

porque é um privilégio compartilhar uma existência com você

porque você me tocou e isso foi divino

e eu senti o céu dentro de mim

/te amo céu

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como seria abrir mão dessa bússola moral que me guia? há algo de profano em tudo que eu sou. como seria ouvir meus demônios? minha mente grita coisas terríveis. como seria deixar escorrer todos os meus medos mais insanos? eu sou uma pessoa tão cheia de culpas. e se eu pudesse me salvar? e se não houvesse mesmo salvação? eu sou uma guerra, mesmo querendo ser algo bom. talvez até minha ideia de bondade esteja corrompida. eu não posso ser o que eu desejei ser. e isso não é bom? as vezes penso que todos os meus ideias são fracassados/frágeis. ainda que eu fosse tudo aquilo que almejei, ainda que estivesse no topo do mundo dentro de mim, continuaria derrotada nas minhas expectativas. por que perdi a fé? eu já tive fé? há tempos me desgarrei da ideia de liberdade que por um momento acreditei buscar com todas as minhas forças. e de que serve tanta inadequação se ainda faço o que faço? se ainda busco o que busco? persisto pelo quê? que tipo de preces tenho jogado no universo? há algo de divino em mim? porque o que eu tento esconder se escancara toda vez que eu me machuco. faz diferença? estou pagando por algo que mereço? estou fazendo algum tipo de justiça contra mim mesma? e quem faz justiça por mim?

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há algo de triste na existência.

nós falhamos enquanto seres humanos, falhamos no nosso projeto de vida. não há algo que repare isso. somos destruições em ascendência.

o caos é incontornável.

me entristece que no universo nada morra. e eu nem falo sobre outro plano, sobre divindades e fé. espírito, alma ou seja o que for que exista (ou não).

eu falo sobre o cosmo. sobre a natureza. sobre energia.

nada morre. isso não é assustador?

eu queria que cada partícula de mim sumisse.

que nenhum rastro do que eu fui estivesse em qualquer lugar do cosmo.

há algo em mim que é triste também.

como deve ser nunca mais ser encontrada? em lugar algum

não me desculpo pelo meu pessimismo

eu sou uma crise

e a vida pede por isso

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queria te beijar em um anfiteatro. seria minha boca te recitando.

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eu seria a sua atriz e a sua plateia. você é um espetáculo por si só, te sinto e te assisto ao mesmo tempo.

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não te sufoca a ideia de uma perversão que rodeia nossos anseios? talvez nosso maior desafio seja mesmo fingir que viver em conjunto não nos causa mal estar.

que a consciência de nós mesmos basta para sermos cordiais. o que a gente tenta esconder de ruim nos nossos rituais? odiamos nossas verdades. nós somos carnavalescos.

é às 4h da manhã que meu coração bate mais forte. acordar é sossego quando existe você. se ao menos soubesse como minha cabeça é barulhenta.

na volta pra casa tocou je te laisserai des mots. parei pra admirar o mundo pela janela do ônibus. que graça.

tem essa chuva de pessoas falando sobre o mundo que vivemos. sobre mim. e quem são eles pra dizer que você não é poesia? queria te beijar em um anfiteatro. isso seria minha boca te recitando.

com você sempre é expectativa. todo dia você mora no futuro. e santo agostinho disse que eu só tenho o presente. o resto dos tempos são outras coisas, tudo menos tempo. memória e esperança. por isso todo dia eu te pergunto se me ama, se me quer. agora.

no tempo que eu tenho. amanhã não dá mais. nunca deu.

eu gosto de quando ri alto no meio de todo mundo. às vezes me faz esquecer que existem guerras que não posso controlar.

debaixo do mesmo céu que você eu vivo e morro. tudo é sobre você mesmo quando não tem seu nome. te deixando palavras mansas e novas versões de mim. afetos

que tipo de idiotice a gente faz quando o amor basta?

você é linda. sem metáfora alguma. eu não quero perder a camada literal. é egoísmo meu sim. o mundo espera outro dia pra ser bonito.

hoje. é você.

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você é uma descoberta

ininterrupta

dentro da fúria do tempo

o que existe é o agora

e esse agora escorre toda vez

escapa

talvez dure mais do que só milésimos de segundos

mas quanto dura?

o que divide o antes, o agora e o depois?

não importa

existe algo na forma como você se apresenta ao mundo

existe algo que é subversivo

questionador

você é uma experiência

revolucionou o amor

em mim

amar você foi como me amar

você é minha escolha diária

a experiência vivida no presente

você é um sentimento que se corporifica

arte

tem algo nos seus olhos

algo na sua forma de se colocar no mundo

tem algo na extensão da sua pele

na textura no seu cabelo

no tom- que poderia ser tantos outros

caramelo canela chocolate

iluminado loiro grisalho

tudo cai bem em você

eu caio bem em você também

e você cabe em mim

na minha vontade mais honesta de me entregar para algo que é bom e que é bonito

de entender que dá pra viver algo bom e bonito

tranquilo e desafiador

sagrado e profano

eu gosto é do que se contradiz

do que não é óbvio

mas que é simples

do que é complexo

mas compreensível

não há nada mais belo e extraordinário do que você

não há nada mais instigante do que sua pele contra minha

do que sentir o gosto de tudo que te escorre

de tudo que transborda

de te misturar entre as minhas vontades insanas

não é sobre caber, como me precipitei em dizer

é sobre dividir uma existência que se abriga

que quer abrigo

que quer permanência

que quer tempo

que quer percorrer todo o afeto que carrega

e estar junto

tocar

entre o presente e a presença

que pretende ser física, mas que é paupável sem ser

o que falta para eu tocar você?

talvez um poema faça isso

toque

em algum lugar especial e íntimo

eu gosto da intimidade

eu gosto de ir até o âmago

você merece sempre as boas palavras

os bons sentimentos

se há algo que se desconserta dentro das nossas conversas infinitas

é porque há uma vontade de estar

e há uma vontade de que aconteça

desejo-te que não percorra o cansaço

que amar sempre seja uma possibilidade

eu quero aguçar sua aposta no amor

eu quero ser o que te apetece

o que te faz sair de órbita

em todos os universos que o nosso amor alcança

e expande

esther estrela expansão

azul celeste, turquesa

me diga todas as suas expectativas sobre o amor

permita-me te surpreender

te levar a ocupar outros lugares dentro de si

desconhecidos

eu disse que te amar é uma descoberta

e eu estou descobrindo novas formas de te amar

incansavelmente

corpo e alma

entre metafórico e o táctil

entre o místico e o cético

tenho fé no amor desde que passei a te amar

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confiança

eu tenho uma fé cega em pessoas que são só o que aparentam ser.

a pessoa talvez tivesse mais a entregar? possivelmente sim, mas ela escolheu te dar isso.

escolheu te magoar, escolheu não ser honesta, escolheu te trair. sem motivo, sem razão e sem porque.

chego a conclusão que minha amizade nunca significou nada pra você. você troca pessoas como se não fosse nada. inventa um afeto que nunca existiu.

te falta algo. e não irá encontrar no outro, sinto muito.

eu sempre esperei que você fosse mais do que uma extensão dos seus pais. eu sempre te encorajei para que você fosse o que queria ser, que fizesse o que sentisse vontade.

mas e se o tempo todo você estivesse sendo você? e se o que você é… é isso?

você não é tão corajosa como eu pensei.

você não foi uma amiga como eu esperei.

você só foi mais uma decepção dentre tantas.

é isso que levo de você.

- eu nunca gostei de verde tanto assim.

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eu sou um fracasso

na minha jornada de heroína eu não salvei ninguém

nem sequer a mim

mas os heróis e heroínas se preocupam com os outros antes de si

há algo que é maior do que a própria existência

eu fiz isso, mas ainda sim não foi heróico

eu falhei com o outro, da mesma forma que falhei comigo

eu sou a culpa, não a culpada

eu me tornei o problema

eu já quis salvar pessoas

já caí nessa armadilha de achar que eu poderia mudar alguma coisa para além de mim

mas eu não sou heroína

na minha jornada de herói, eu teria que destruir a mim mesma

ou salvar a mim mesma

- ou os dois

eu não sei se preciso acabar com o mal, ou comigo, porque eu me tornei o que me matou

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há algo se partindo no meio do caminho ou minha mente que é catastrófica?

existe algo que incomoda, que atravessa as frechas de tudo que parece calmo e seguro

eu acho que eu não busco o fácil como achei que gostaria

eu não sou nada do que eu pretendi ser

meus ideais são todos fracassados

mas de certa forma eu sou o que eu escolhi ser

e por que escolhi?

eu não quero perder você

há algo que me desestrutura toda vez que eu penso

toda vez que o cotidiano endurece todos os meus sonhos e desejos

nem sei de fato quais são todos

não sei de fato porque escolhi o que escolhi

há algo na dor que é próxima a mim

eu não diria inerente porque isso só indicaria novos problemas na forma como eu processo o mundo

eu queria o bom

eu queria o fácil

eu queria o simples

eu queria caber na sua vida

nos seus planos

algo que me parte

há algo que parte

há algo que eu não alcanço

isso aqui não é eterno

nada do que eu escrevo é

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