“Para todas as pessoas que amei, mas já se foram. Todos os abraços que infelizmente não pude dar e os sorrisos que se tornaram lágrimas. A perda é um dos sentimentos mais cruéis, porque ela tira de você a chance de ter pessoas que você ama ao seu lado. Ela inevitavelmente dói. A ferida constantemente arde. E eu, tão frágil, desesperadamente choro. E não consigo fingir que não dói. E me arrependo de não ter feito, de não ter dito, de não ter abraçado. De não ter atrasado o relógio, por uns minutinhos, só pra sentir a sensação de que você ainda vive, que seu coração ainda pulsa, que seu toque ainda é quente. Eu juro que dessa vez eu faria diferente. Eu diria tudo que não falei, das palavras que não saíram e dos sentimentos que ficaram. Se eu pudesse ter ao menos uma chance de ter me despedido, de ter pedido desculpas se em algum momento que você precisou eu não estava presente, se você aguentou todo o peso sozinho, porque eu não estava ali para dividir o fardo. Quero que saiba, que até em realidades diferentes, eu tento te fazer presente e procuro seu cheiro nos perfumes alheios. Pra nunca esquecer de você, e do quanto sou grato por ter me ajudado, mesmo de longe, e ter me dado, mesmo distante, a força que eu precisava, mesmo fraco, pra conseguir aceitar, mesmo inconformado, a sua partida. Obrigado. O luto foi superado pela luta.”
— Partidas que partem, Pedro Pinheiro e Julyane Oliveira.