Eu queria ter todas as palavras certas para te dizer o quanto ainda doí tudo o que aconteceu. Eu queria que toda essa dor fosse embora assim como você se foi, mas eu não posso escrever sobre você romantizando todo esse sentimento que esmaga o meu peito há tanto tempo. Eu abri as portas do meu coração, te deixei entrar e, mesmo que você tenha saído sem aviso, é como se ainda estivesse aqui comigo. Você está perdido dentro de mim assim como eu também estou perdida nos meus caminhos sem nós. Você não estava lá quando precisei, você não lutou por mim como esperei que lutaria e todas aquelas palavras, todo o sentimento que elas provocaram, martelam no meu peito incessantemente, como as palavras de um livro decorado, lido durante muito tempo. Eu só precisava que a história tivesse um fim. Esperar por alguém que nunca vai aparecer, é como atirar no escuro; por diversas vezes, eu atirei. Esperei que, um dia, você resolvesse aparecer. Eu estou fadada a reviver todo esse imenso vazio, na esperança de que a minha escrita me liberte desse sentimento. Eu ainda sou apaixonada por você e tenho certeza que nunca deixarei de ser, mesmo que um dia eu encontre amor em outros braços, o seu abraço ainda será a minha eterna referência de abrigo. É como uma mudança repentina: mudamos de casa, mas as lembranças do verdadeiro lar sempre ficarão vivas. Eu espero que meu coração não demore a sentir que é hora de seguir em frente, assim como o seu seguiu antes mesmo de uma partida - antes mesmo de me partir. Que eu possa ter a chance de ser feliz de verdade, sem medo e sem cargas passadas.
